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quarta-feira, fevereiro 17, 2010

VOCABULÁRIO: NOVAS PALAVRAS

Vocabulário e contexto

O que é aprender uma nova palavra em inglês?

Celina Bruniera*

Quando aprendemos uma língua estrangeira geralmente temos a preocupação de ampliar constantemente nosso vocabulário. Mas, na verdade, não precisamos conhecer tantas palavras quanto de fato acreditamos. Há algumas palavras que não precisamos conhecer. Parece esquisito dizer isso. Pense, no entanto, na quantidade de palavras que existem em inglês nos dias de hoje.

Como a língua inglesa é a mais utilizada em transações comerciais, financeiras, em situações de troca de conhecimento e para designar descobertas científicas, ela conta com uma enormidade de palavras nos mais variados campos do saber e âmbitos da vida. Há palavras que são utilizadas em campos do saber ou em mundos aos quais não pertencemos e com os quais não estabelecemos interlocução. Essas palavras não precisam constituir nosso vocabulário. Pelo menos nesse momento. Se precisarmos delas no futuro, teremos chance de aprendê-las.

Nosso repertório
Outras palavras não fazem parte do nosso repertório de produção lingüística, ou seja, não as utilizamos para falar, nem para escrever. Apenas entramos em contato com elas quando as lemos ou quando as ouvimos. Nesse caso, importa saber entendê-las no contexto em que elas estão sendo usadas.

Leia o texto que selecionamos e veja que você precisa conhecer poucas palavras para entendê-lo.

A tortoised is a shelled reptile famed for its slowness and longevity. The Giant Tortoised of the Galapagos may attain over 1.5 metres in length and have a lifespan of more than 150 years.

Poucas palavras do texto podem ser suficientes para que você compreenda o que há de mais significativo nele. Procure ler o texto a partir apenas das palavras sublinhadas. Observe que elas oferecem uma descrição do tamanho e da longevidade das tartarugas e mencionam a procedência delas. Isso basta para que você se aproxime do que há de mais relevante no texto.

Há outros vocábulos, no entanto, que temos a necessidade de conhecer, que são utilizados nos mundos ou campos de saber de nosso interesse e circulação e que, muito provavelmente, farão parte de nosso repertório lingüístico, quer dizer, são aquelas palavras que utilizaremos para nos expressar e nos comunicar. Em relação a estas, devemos ter mais atenção e procurar desenvolver formas de nos aproximar delas.

A palavra no contexto
Conhecer uma nova palavra não significa conhecê-la isoladamente. É preciso conhecer as palavras com as quais ela pode vir associada, sua pronúncia e algumas de suas características gramaticais. A melhor forma para que nos familiarizemos com todos esses aspectos é tentar aprender novas palavras a partir dos contextos em que elas geralmente figuram. Daí a importância de ter um contato rico com os textos originais (orais e escritos). Eles são os melhores difusores de novas palavras ou dos novos sentidos que você pode atribuir a elas.

Aprender palavras em contextos particulares significa dar um tratamento especial à leitura. Por meio da leitura é que palavras que antes não faziam parte de nosso repertório passam a fazer. Porque o processo de ler, que é entendido aqui como um processo de atribuição de sentido ao texto, consiste num momento em que o leitor estabelece relações entre o que ele já sabe e o que ele lê e entre os vários elementos que compõem o texto. É, portanto, um processo ativo e que deixa marcas naquele que se dispõe a realizá-lo.

Ler para aprender
Quando lemos um texto não temos a necessidade de entender cada palavra ou expressão. Selecionamos o que é realmente importante para podermos atingir o objetivo que tínhamos no início da leitura. E, claro, cada objetivo de leitura exigirá um determinado nível de aprofundamento do conhecimento lingüístico e textual. "Ler para aprender" requer uma leitura muito mais detalhada, do que ler para apreciar um texto. Neste último caso, o aprofundamento da leitura depende da curiosidade do leitor, mas não influirá tanto no resultado do processo.

O mais significativo nesse movimento de conhecer novas palavras é justamente pensar no que há além delas. Quer dizer, pensar que elas são usadas em contextos particulares, com sentidos também particulares e que a elas podem ser atribuídos outros sentidos ao longo do tempo por diferentes grupos de pessoas.

* Celina Bruniera é mestre em Sociologia da Educação pela USP e assessora educacional para a área de linguagem.

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