Prova do inglês da FGV-SP pega "nata da nata" em conhecimento de inglês, diz professora
Ana Okada
Em São Paulo
A prova do vestibular para o curso de direito da FGV-SP (Fundação Getúlio Vargas de São Paulo) seleciona a "nata da nata" dos alunos com conhecimento de inglês. Essa é a opinião da professora Cristina Armaganijan, do curso e colégio Objetivo. Diferente de provas de outros vestibulares, que são em forma de testes e pedem que o estudante demonstre compreensão de texto, o exame de inglês da FGV-SP pedia também a opinião do candidato, que deveria ser expressa em inglês.
O exame trouxe o texto "Adolescence and Human Rights", adaptado de um artigo do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e três perguntas dissertativas, em inglês. O candidato também deveria responder no idioma. A primeira questão cobrava verificação de leitura do texto e as outras duas pediam a opinião do vestibulando acerca do tema abordado no trecho apresentado.
· Para especialistas, redação da GV foi "difícil" e "pretensiosa"
"É uma prova extremamente exigente, porque o aluno tinha que escrever três miniredações: tinha que argumentar, não era só responder a partir do texto. Para isso, era preciso ter alto nível de inglês; isso foge do padrão de todos os vestibulares de São Paulo", diz o professor Alahkin de Barros Filho, coordenador de inglês do curso Etapa. Para ele, o exame é "um tanto descompassado" com o que o vestibulando aprende, porque cobra mais do que normalmente é ensinado no ensino médio.
Também não é uma prova fácil na opinião de Cristina: "O estudante tinha que ser uma pessoa que lesse bastante, que fosse coerente com seu pensamento e que tivesse um belíssimo vocabulário, porque, se escrever essas respostas em português não era fácil, em inglês era ainda mais complicado". Apesar de ser uma prova "linda", a professora diz que, devido à complexidade das questões, "99% dos alunos que saem do ensino médio não fariam".
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